terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Hoje acordei cedo com uma chuva fina intermitente, um friozinho gostoso e um céu cinza. Preparei uma xícara de café bem quente, liguei o computador e a TV (ao mesmo tempo) me joguei de volta na cama e fiquei degustando meu café e tentando falar com minha mãe no MSN.
Tédio incrível!
Tenho tantas coisas para fazer, escrever uma pesquisa, corrigir dois artigos, ler para minha dissertação de Mestrado e ir a Universidade mais tarde. Disposição hoje é algo que não levantou da cama junto comigo.
Queria mesmo uma boa companhia, para dividir a cama, o café e as noticias do telejornal da manhã, péssimas por sinal, sempre com trânsito engarrafado, poluição, um atropelamento e alguns assaltos, dramático ao extremo. Meus olhos estão inchados, daqui a pouco banho quente e rua, de óculos escuros lógico, pq a face esta de matar......
Descobri ontem por intermédio de uma amiga o seguinte Blog http://poderosasgordinhas.blogspot.com/ muito bom por sinal, bem alto astral....Mas na real preconceito existe e em todos os cantos. Então não adianta fingir que não vemos as pessoas na praia torcendo o bico por nossos quilinhos a mais, ou os caras que sempre esperamos que nos convidem para sair e acabam convidando nossa melhor amiga, não pq ela seja mais interessante, ela é apenas mais magra. Fala sério! No mundo babaca que nós vivemos (nós gordinhos) sempre vai existir uma penca de idiotas que vão lhe enxergar não como uma pessoa real, mais como um ser completamente fora dos padrões sociais pré-estabelecido e considerados "aceitáveis". Ok! Vc pode ate dizer "Mais que mal humor!" Porém receio que não seja mal humor, nem TPM, é apenas a realidade nua e crua. Podemos nos amar, usar a melhor roupa, ter cabelos incríveis e papo interessante, poderemos pendurar na parede mil diplomas, ser inteligentes, descontraídas e interessantes, mas eles sempre vão preferir desfilar com as de 50kg, não com as de 90kg....isso para não aumentar a numeração. E o que é pior teremos sempre que ouvir piadas ridículas, comentários desastrosos como: "Pq vc não tenta a dieta da proteína?" ou, " Se vc perdesse um pouquinho de peso vc ficaria uma gata" ou ainda, e para mim bem pior "Que rosto lindo vc tem!" Como assim, rosto? Sou um ser total, feita de cabeça, corpo e membros.
Então não podemos deixar de expressar nossa angústia nos dias contemporaneos. É bom se assumir, estar bem consigo e com seu corpo, manter a saúde mental, espiritual e física. E acima de tudo manter a autoestima em alta. Porém não dá para deixar de comentar, como somos vítimas do preconceito de outros em relação á nossos quilos especiais. Como já ouvi de uma "amiga": Se vc se sente vítima de preconceito pq é gordinha, pq vc não emagrece, afinal mais fácil vc mudar do que um mundo inteiro mudar por causa de vc....
Infelizmente este é o pensamento da maioria, equívoco, distorcido e triste.
Fica a reflexão! 

E com certeza visitem: http://poderosasgordinhas.blogspot.com/

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Prólogo

Antes de mais nada, declarou Platão, temos de conhecer a natureza
humana e suas vicissitudes, uma vez que nossa índole primitiva não era
como a conhecemos agora, mas diferente. Em primeiro lugar, existiam
três sexos, e não dois. O andrógino, ainda que participasse das
características do masculino e do feminino, era um gênero
independente, tanto em forma como em nome, príncipe de ambos os
sexos, masculino e feminino, e não um ser submetido ao desprezo e à
infâmia, como foi considerado depois.
Em segundo lugar, a forma de cada indivíduo era totalmente
arredondada, seus ombros e suas costas formavam um circulo. Tinha
quatro braços e quatro pernas, bem como dois órgãos sexuais, dois
rostos distintos e opostos, com suas respectivas orelhas em uma única
cabeça apoiada em um pescoço circular. Caminhava em posição ereta,
tanto para a frente como para trás; porém, caso desejasse correr, girava
em forma de sino, assim como fazem os acrobatas, apoiando os braços
e as pernas contra o solo até retornar à posição vertical, o que lhe dava
grande velocidade, de forma semelhante à maneira como a adquirem
as rodas em movimento.
Eram três os sexos assim constituídos, pois no princípio o
macho foi descendente do Sol, a fêmea foi gerada pela Terra e aquele
que participava de ambos os sexos provinha da Lua, inseparável dos
dois anteriores. Os homens foram feitos circulares à semelhança de
seus criadores, terríveis por seu vigor. Sua grande arrogância levou-os
a tentar escalar o Olimpo para lá desafiarem os deuses que, hesitando
entre fulminá-los com raios e destruir-lhes a linhagem - como já
haviam feito com os gigantes - ou modificá-los para não perderem os
sacrifícios com que eles os honravam, acorreram a Zeus em busca de
uma resposta. Perspicaz, o Pai Celeste decidiu separar cada um deles em
dois para debilitá-los, para lhes podar a ousadia e, ao mesmo tempo,
multiplicar seu número a fim de angariar mais devotos. "Doravante eles
caminharão eretos sobre as duas pernas" - disse ele ã assembléia dos
olímpicos -, "mas se persistirem em sua arrogância, de novo os cortarei
em dois, para que andem em uma perna só, saltando como pernetas."
A cada homem que Zeus fragmentava, Apolo recompunha-lhe o
rosto na metade do pescoço, no sentido do corte, e sanava suas feridas.
Em seguida, o deus curador esticava-lhe a pele aos puxões, de cima
para baixo e de lado a lado até juntá-la à altura do ventre e, como
sobrava uma pequena bolsa de pele, selava a sobra de modo a formar o
que chamamos de umbigo. Depois, alisava a maior parte das rugas que
sobravam e, finalmente, moldava os peitos com um escalpelo. Apesar
de todos os seus labores, os deuses imortais descobriram que sua obra
fracassava, pois cada parte, ao perceber sua solidão e sentir-se perdida
sem a proteção daquela que lhe faltava, aventurava-se na busca de
sua outra metade. Remendadas, parindo como cigarras, com os
órgãos genitais na parte de trás e a cabeça na da frente, aquelas
criaturas experimentaram a solidão mais profunda. Desamparadas, se
abraçavam com tamanha ansiedade que não comiam e não faziam
nada mais, a fim de não se separarem. Quando uma das metades
morria de tristeza ou de inanição, a remanescente procurava outra
qualquer e se unia novamente, sem se importar se a nova criatura
escolhida fosse homem ou aquilo que agora chamamos mulher. Os
seres que triunfavam sobre a fome deixavam de se reproduzir, pois
sentiam tanta saudade e angústia que apenas se abraçavam ao novo
parceiro, cheios de medo; desse modo, aquela humanidade inicial
começou a extinguir-se, em vez de se multiplicar.
Compadecido desse trágico antecedente do destino humano,
Zeus concebeu outro plano para que, se no abraço sexual o varão se
unisse a uma mulher, eles concebessem e perpetuassem sua raça; e, no caso de uma união entre machos, houvesse pelo menos fartura,
que eles repousassem e voltassem sua atenção para o trabalho e para
as demais coisas da existência. O que ele fez, então, foi mudar a posição
da genitália masculina para a parte dianteira, determinando que por
meio dela ocorresse a geração de outros seres semelhantes a si
mesmos, através da união do macho com a fêmea, o que os obrigava a
se movimentar e a contrair responsabilidades.
Reunificador de sua antiga natureza, o amor se fez natural
entre os seres humanos e símbolo de uma eqüidade que não podia
ser maculada nem rejeitada por nenhuma das seções, a menos que
estivessem dispostas a se expor novamente ao castigo de sua extinção.
Apolo ensinou-lhes a força curativa da unidade; mas, não obstante
todos os esforços da laboriosa e volúvel Afrodite, os demais imortais
nunca conjeturaram sobre como encontrar ajusta metade, talvez por
temer a força que é alcançada por um par perfeito que, ao fundir-se em
amor e piedade, suscita o desejo da virtude, reanima o provedor de
heroísmo e desperta uma urgência de moralidade que permita aos
homens valorizar a divindade que neles habita.

Por: Martha Robles

No Livro: Mulheres Mitos e Deusas. Ed. Aleph

Disponível em: http://www.scribd.com/doc/6918946/Martha-Robles-MULHERES-MITOS-E-DEUSAS

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Tempos de guerra e rendição...

Entre homens e mulheres acontecem coisas para além das relaçoes de amor e ódio, sexo e paixão..etc...etc..
Acontecem coisas singulares, não perceptíveis a olhos nús. Contratos tácitos que se organizam em torno de sentimentos complicados e abstratos. Diz-se coisas absurdas, mentirosas e ilusórias que só quem aguçar os ouvidos com destreza poderá escutar. Como se calma da noite um ladrão a espreita pudesse roubar sem ser notado, percebido ou ouvido. Acontecimentos estranhos entre homens e mulheres se perpetuam todos os dias, em um vai e vem pulsante de sangue, dor e pleonasmos.
Homens e mulheres todos os dias refratam, cristalizam e tencionam suas relações de poder implicitas ou explicitas em pseudos sentimentalismos baratos que se ofuscam na torpe corrida sobre o mundo contemporâneo. Como uma guerra fria sem generais se auto mutilam, se auto destroesm em seus mundos coloridos e internéticos recheados de lânguidez e falsa sedução.
Quem mulheres cyborgs são estas, que homens andróides se constituem, ambos sibilando livremente madrugada a fora seus corpos desejosos de gozo imaterial. Novas relações se forjam necessitando de novos olhares criticos. Criticos? Ou Piedosos?
Nesses tempos de guerra e rendição, quem se rende mais homens ou mulheres?
Ambos a meu ver rendem-se tanto quanto...